Saul e a pitonisa de En-Dor de Allston (1779-848) |
Entre os ultimatos contidos na Bíblia, um dos mais severos é: somente Deus pode realizar milagres. São de sua exclusiva competência o como e o quando realizar. Os milagres acontecem em apoio à sua Palavra, que tem por finalidade última o plano de salvação. Mas ainda que cercado por toda uma atmosfera de onipotência, até o milagre está subjugado à Palavra de Deus:
Além da predisposição da Bíblia em subjugar os milagres, ela faz uma clara distinção entre o feito exclusivo de Deus e as tentativas humanas de imitá-lo. Todos os povos da antiguidade tinham magos, adivinhos, necromantes, encantadores, prognosticadores, feiticeiros etc. Em Israel só era permitido existir profetas: homens e mulheres, que, embora estivessem a serviço de Deus, não possuíam poder sobrenatural algum, e estavam sempre sujeitos às represálias de todos os que se sentiam indignados com a veemência de suas palavras. Reação bem diferente do temor que os magos infligiam à população pagã. Fica para Israel o seguinte desafio: aguardar pacientemente por um raríssimo milagre de Deus, ou seguir os encantamentos e magias que, entre os povos vizinhos, havia em profusão. Mas algumas perguntas se tornaram pertinentes:
Por que os milagres não acontecem mais hoje em dia?
E quando acontecem, porque que não possuem igual magnitude?
Por que a mente tecnológica do século XXI está sempre propensa a buscar na magia, ainda que de forma efêmera, a essência do milagre?
Indo ao encontro de mais questionamentos do que respostas, passemos e refletir sobre a cabal diferença entre estes dois apelos da natureza humana: magia e milagre.
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