Calvinistas e arminianos

Wesley e Calvino
Um documento que está mais do que fora de hora é a Nota contra “guerra” teológica entre calvinistas e arminianos emitido por um seleto grupo de pastores protestantes em 18 de janeiro de 2015. Bem, para todos os efeitos eu também estou fora de hora, visto que já se passou mais de um ano.

Não sei exatamente onde essa guerra estaria sendo travando além dos pequenos limites de blogs e postagens de alguns desinformados no Facebook, mas sei que não é nas lideranças ou mesmo nas cabeças das mentes mais prodigiosas que estes dois dignos representantes da teologia da Reforma. Porém, estranhei uma coisa. Na lista dos signatários dessa nota não há um teólogo sequer das três denominações mais representativas do pensamento arminiano, que são: a Igreja Metodista, a Igreja Metodista Wesleyana, o Igreja do Nazareno e o Exército da Salvação. O mesmo não pode se dizer do pensamento calvinista, que está muito bem representado, principalmente pela figura de maior expressão da Igreja Presbiteriana do Brasil, o seu atual vice-presidente, o rev. Augustus Nicodemus. Este conhecido pastor encabeça uma enorme lista de ilustre desconhecidos, e reparem que quem vos fala foi membro do Diretório Regional da Sociedade Bíblica por oito anos ininterruptos, onde teve a oportunidade de conhecer vários pastores das mais diversas denominações.

Na minha superficial análise do texto não me deparei com qualquer decisão realmente impactante, pois a nota se fundamenta mais em recomendações, repúdios e apoios. Mas ainda que fosse assim ressinto a falta de nomes como bispo Josué Adam Lazier, bispo Paulo Ayres Matos, revs. Ricardo Lengruber, Luiz Carlos Ramos e Marcelo Cordeiro, para citar apenas nomes da antiga e da nova geração de metodistas.

Não tenho a menor dúvida que, mesmo que não fosse o propósito do documento, a presença destes e de outros cujos nomes me falham, as questões ali apresentadas seriam analisadas com a profundidade que merecem, e se esmiuçaria questões que ainda estão mal resolvidas entre esses dois segmentos da igreja evangélica, e que são nitidamente percebidas aos ouvidos de quem está determinado a analisar o que vem de cima dos púlpitos da maioria dessas igrejas em que os pastores têm a mínima capacidade de discorrer sobre o tema.

Repudiar blogueiro é bater em cachorro morto. Discordar de facebookano é “perca” de tempo, no melhor estilo da internet. Está na hora de se ter um consenso sobre assuntos fundamentais, como a salvação. Mais do que na hora de se falar das implicações do batismo, para acabar de vez nessas igrejas com rebatismos nas águas do rio Jordão. A segunda prática que mais fatura no meio e evangélico. E já que falamos o nome do “santo”, determinar limites para o movimento Gospel.

Gente, esses são os dois únicos pensamentos válidos no protestantismo. Não é possível mais que guerras, batalhas ou inocentes ofensas prevaleçam naquilo que representa a única esperança de revivermos o evangelho apostólico, até agora o único que deu certo.

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