A importância do Reino para Jesus I

O Banquete Messiânico
Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac, Jacó e todos os profetas no Reino de Deus, e vós serdes lançados para fora. Lucas 13.28

Há quase um consenso universal sobre a importância do Reino de Deus para Jesus. A maioria dos estudiosos vai mais longe ao afirmar que a palavra Reino nos dá pistas vitais para entendermos a intenção de Jesus com a sua pregação. Barclay dizia: A dificuldade que nos confronta em qualquer estudo do Reino é o fato de que em nenhum lugar no ensinamento de Jesus o Reino definido é definido por ele, mas é continuamente ilustrado pela parábola após parábola. Talvez a melhor maneira de se aproximar de uma definição é perceber o paralelismo de Mateus 6.10: Quando o Reino vier, a tua vontade será feita, tanto na terra como no céu. Ambas as ideias significam a mesma coisa, assim, quando a vontade de Deus é feita perfeitamente na terra e no céu, será sempre Reino de Deus.

O Reino de Deus é um símbolo que expressa a atividade de Deus na criação, e de sua soberania na história. Quando se fala que a vontade de Deus que está sendo feita, toda a criação que está sendo trazida para a plenitude e conclusão. (Thomas Groome) O Reino de Deus é real o governo de Deus, a hora e o local onde o poder de Deus e vai manter o domínio. (Stanton ) O seu Reino vem ... quando é feita a Sua vontade. (Maston) Todos esses teólogos concordam que o Reino de Deus ou Reino dos Céus, estão relacionados diretamente com a vontade de Deus.

A expectativa do Reino começa no Primeiro Testamento, nos primórdios do judaísmo. Muito antes de Jesus, os profetas de Israel tinham desenvolvido uma expectativa de que um dia que Deus iria estabelecer o seu Reino. Ninguém sabia quando ou como, eles simplesmente afirmavam que Deus o faria. Então, o Reino de Deus deve ser entendido antes no contexto das esperanças judaicas. Jesus foi evocado a partir de uma linha histórica, que tanto ele quanto seus ouvintes conheciam muito bem. Havia a permanente expectativa de que Deus iria estabelecer o seu domínio sobre a terra. A cura, a paz, o perdão seriam características desse Reino. A melhor palavra que caracteriza o Reino é plenitude. Plenitude em todas as esferas da atividade humana.

Plenitude física: no Reino não haveria doença, uma vez que certamente não é a vontade de Deus que as pessoas sejam devastadas pela doença.

Plenitude na relação interpessoal: vizinhos não vão mais atacar um ao outro, e as nações não vão entrar em guerra umas contra as outras.

Plenitude espiritual: o perdão incondicional dos pecados.

O Reino é o foco central da pregação de Jesus e da Igreja Primitiva: Em Marcos 1.14-15 Jesus proclama a Reino. Em Lucas 9.2, Jesus enviou os discípulos a proclamar a Reino de Deus. Em Atos 1.03, até mesmo depois da ressurreição Jesus falou sobre o Reino. Em Atos 28.31, os Atos dos Apóstolos terminam com Paulo proclamando o Reino de Deus e o senhorio de Jesus Cristo na capital do mundo, que era a antiga Roma.

Os milagres são os sinais da plenitude do Reino, daí a importância dos milagres de cura que Jesus realizou. Esses milagres são o cumprimento das expectativas do Primeiro Testamento que constam em Isaías 35:5-6; 61:1-2. Os milagres mostram que o Reino de Deus já se faz presente, e que aí há um paradoxo a respeito da natureza presente e futura do Reino:
O REINO é dito como algo que já veio e já é presente: os exorcismos realizados por Jesus declaram a presença do REINO. Os milagres e as curas de Jesus testemunham do Reino.
Mas o Reino também é projetado no futuro: Em Marcos 1.15, Jesus diz que o tempo é chegado e que o Reino está próximo. Já em Lucas 23.51 fala dos justos que aguardavam o Reino. Em 11,02, Jesus ensinou seus seguidores a orar pela vinda do Reino.

Presente ou futuro? O paradoxo é esse: o Reino é ao mesmo tempo PRESENTE E FUTURO: Sua principal característica é a dialética temporal do presente e do futuro. (Schrage) O debate fica entre aqueles que sustentam que Jesus já declarou o Reino de Deus como chegado e aqueles que sustentam que ele declarou ser iminente e irredutível, mas que os seus termos, mesmo os mais simples, nós somente o reconhecemos quando ele tiver se identificado de forma diferente de tudo aquilo que se refere ao mundo presente. (continua)

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